A reedição da obra de Benoist-Méchin constitui um convite para mergulhar em um exercício de história comparada cativante, colocando lado a lado a situação trágica da Ucrânia em 1941 e a de hoje. Através de sua escrita rica e evocativa, Benoist-Méchin nos conduz pelos meandros de um passado tumultuado, iluminando os desafios geopolíticos e humanos que perduram. A Ucrânia se encontra mais uma vez no centro de um conflito, ecoando os eventos devastadores da época nazista. Esta reedição de sua obra permite questionar as lições da história e medir as semelhanças entre as crises passadas e presentes, mesmo que esse tipo de exercício tenha seus limites. A figura de Benoist-Méchin também é marcada por importantes controvérsias. Sua atitude colaboracionista durante a Segunda Guerra Mundial, injustificável, suscitou uma condenação à morte não executada, bem como debates apaixonados. No entanto, é inegável que seu talento de contador de histórias, combinado com suas habilidades de historiador, transforma seu relato em uma experiência imperdível para o leitor atento que se interessa pela complexidade das relações humanas. Pode-se, contudo, notar que em seu livro sobre a Ucrânia, em nenhum momento é mencionada a comunidade judaica, que foi muito importante neste país e cujo destino sempre esteve longe de ser invejável.
